Júlio no KM 90 da BR 364 |
Nós somos por natureza imposta, seres totalmente
dependentes. Dependentes de amor. De afeto. De carinho. De conforto. De
segurança. De tudo quanto, possa nos trazer paz!
Ao realizar a cobertura do 1˚ Trilhão que ocorreu sábado 28
de janeiro, vi um homem solitário percorrendo só, a longa jornada da vida.
Emotivamente o coração ficou em frangalhos naquele momento.
Para uns é mais fácil ver pessoas em tais condições e
simplesmente ignora-las, para mim não
Ao sair do ponto de encontro que estávamos, percebi no
horizonte que vinha alguém a pé. De repente, percebi que outrora passamos por aquele
senhor durante a nossa jornada. Eu parei e esperei, mesmo na pressa de irmos ao
nosso próximo destino.
Quando ele se aproximou não resisti e o questionei:
- Qual é o seu nome?
-
Júlio, respondeu ele.
- O que o senhor está fazendo debaixo dessa chuva,
pra onde o senhor está indo?
-
Eu, estou indo cruzar o Brasil...
- Mas de onde o senhor é, perguntei;
-
Do Espírito Santo, respondeu.
- A quando dias o senhor está andando?
-
A muitos... Não sei...
- Perguntei sem exitar: mas por que?
-
Ele não me respondeu, só franziu a testa como
quem dissesse: foi a melhor coisa que resolvi fazer...
Não tínhamos comida conosco somente água, e esta eu lhe dei,
mesmo sabendo que daquele momento em diante, meu coração pesaria a cada
instante em que nos distanciávamos dos passos dados por dele.
É difícil compreender, se colocar no lugar dos outros talvez
seja a maior balela apelativa que alguém possa usar para convencer alguém. Só
conhece a dor quem a sente!
Para um homem enfrentar sol, chuva, milhas e milhas de uma
estrada solitária, deve haver um propósito ou uma causa.
Não quero imaginar que seja a dor, porque se for, sei que
ela é incomparável a qualquer sofrimento que eu tenha tido na minha vida.
Para alguém fugir de suas dores, ou seus problemas
(psíquicos que seja), deve haver pra ele, um lugar nesse mundo onde ele
encontre sua paz. Torço que realmente seja isto. Porque imaginar que outro ser
humano, anda vagando por desconhecidas estradas, sem paz, sem comida, dilacera
qualquer coração com sentimento.
O que leva um homem a seguir tão árduo caminho? |
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